Av. São João Nº 136
Peabiru-PR
Palavra do padre
04/07/2020

14º Domingo do Tempo Comum â?? Ano A

1. A grandeza de ser pequeno

Deus manifesta-Se-nos na humildade. «Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta.»

A soberba tenta-nos a julgarmo-nos o centro do mundo, atraindo todas as atenções, honras e louvores, usurpando o lugar de Deus no mundo.

Muitos, levados pela ambição de brilhar, de sobressair e chamar a atenção, vendem a sua alma, passam por cima de todos os valores e passam uma vida amargurada, porque nunca se saciam dos louvores e honras.

Deus não Se revela na arrogância, no orgulho, na prepotência, mas sim na simplicidade, na humildade, na pobreza e na pequenez. Quem quiser ser grande aos olhos do Senhor, tem de se fazer pequeno, manso e humilde.

O Verbo Encarnado, Senhor do Céu e da terra, apresenta-Se diante de nós como Menino débil e indefeso, a precisar de todos os auxílios.

É tudo ao contrário do espírito do mundo que fabrica falsas grandezas e valores e nos tenta a revestirmo-nos de uma grandeza artificial e ridícula.

Para que me serve a honra, os louvores e homenagens? Tudo acaba em poeira levada pelo vento do esquecimento. Grandes honras e homenagens estão hoje sepultadas sob montões de poeira.

Não nascemos para conquistar a grandeza nesta vida, mas na outra. O demo continua a soprar-nos ao ouvido: “Sereis como deuses.” Depois, ri-se da nossa ingenuidade saloia.

Não querer ser nada, não sobressair e chamar a atenção é o chamamento que o Senhor faz aos seus eleitos.

No fim de uma homenagem, os que arrumam o lixo não têm mãos a medir. Toda aquela fantasia acabou.

Os santos foram uma luz intense durante a vida. No entanto, brilhava neles o Senhor com tal naturalidade, que só quando esta luz se apagou, nos demos conta da sua falta.

Alegremo-nos e celebremo-nos uns aos outros, mas nunca esqueçamos o que somos: filhos de Deus, a caminho do Paraíso.

Jesus apresenta-Se para conquistar o mundo revestido da fragilidade de uma humilde criança que precisa de todas as ajudas.

Maria passa em silêncio pela vida. Quando Deus quer que reparemos n’Ela, enche do Espírito Santo Isabel, ou a mulher anónima que escutava a pregação de Jesus.

 

2. Os caminhos da humildade

Tudo começa pequeno. «Jesus exclamou:“Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentese as revelaste aos pequeninos.»

Jesus faz a apologia do ser pequeno. Enquanto os grandes e poderosos ficam na ignorância dos mistérios de Deus, os humildes contemplam deslumbrados as maravilhas da fé.

A soberba cegou Lúcifer, que era o mais inteligente dos anjos, e provocou nele uma cegueira eternal que o leva a tentar vencer a Deus, sem ver que isso é impossível.

De modo análogo, muitos aliados dele tentam  inutilmente destruir a Igreja de Cristo. Os contínuos fracassos deles e dos que os antecederam não os desanimam, porque estão cegos.

A humildade é a verdade, escreveu Santa Teresa. É a verdade acerca de Deus e de nós e a sua aceitação. Quem não aceita o que é, não se pode considerar humilde.

Quando reconhecemos o que somos — pequenos — e o aceitamos com alegria, estamos no caminho da humildade.

Para nos ensinar o caminho da humildade, o Senhor estabeleceu que tudo começasse por ser pequeno. Assim começa a existir o que depois virá a ser uma árvore frondosa.

Filipe da Macedónia, que tinha conquistado um império, estava orgulhoso e julgava-se uma pessoa insubstituível.

Um sábio que, além disso, era sensato, queria ajudar o rei a pôr os pés na terra, abandonando as megalomanias. Colocou um mapa na frente dele e pediu-lhe que apontasse nele a Macedónia, com as terras conquistadas.

Seguidamente pediu ao rei que lhe indicasse onde estava Filipos, a capital do reino. Com muita dificuldade, o rei indicou um pequeno ponto do mapa.

O sábio pediu que lhe indicasse onde estava o palácio real, mas ele já não o conseguiu fazer.

Veio depois um ultimo pedido: dentro do palácio real, que espaço ocupa o rei. Este ficou a meditar e compreendeu que somos bem pouca coisa.

O que somos no conjunto do universo criado? A nossa grandeza vem-nos de sermos filhos de Deus e herdeiros do Céu.

FONTE :https://paroquiasaoluis-faro.org/5-de-julho-de-2020-liturgia-do-14o-domingo-do-tempo-comum-ano-a/



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